sábado, 20 de novembro de 2010

E lá estava ele. Ou não. Ele já não mais estava ali.
Vi seu olhos negros me olhando, olhando, olhando, tentando falar, alguma coisa, qualquer coisa, e depois foram perdendo o foco, perdendo o foco, perdendo o foco, até que o que restou foram grandes olhos cinzas. E o cinza dos seus olhos contrastou com o cinza de seu pêlo, e foi a última coisa que vi antes de você fechar os olhos, antes de eu mesma fechar meus olhos e sair correndo.
Desesperada,angustiada,amendrontada, e todas as outras palavras que causam dor ao coração. Sai correndo para não ver o fim, mas eu ja tinha visto o fim.
Sai correndo pra tentar fazer alguma coisa, mas eu ja tinha feito tudo.
Sai correndo pra que ele não me visse chorando, mas ele ja não podia me ver chorando.
Sai correndo pra... pra correr, correr, correr.
Meu motivo de viver, já não mais vivia.
Meu motivo de sorrir, já não mais sorria.
Não consegui voltar, olhar mais uma vez o fim, mesmo que fosse por entre meus olhos embaçados pelas lágrimas, eu não consegui. Me desculpa. Eu não consegui te dar meu último beijo de boa noite.




. A saudade canina é uma das piores saudades que existem.







Balada do Louco - Os Mutantes

domingo, 31 de outubro de 2010

Nasci no dia 9 de maio de 1990, ás 10:35 da manhã, numa maternidade que nem me lembro do nome, mas que certamente lembraria do cheiro se entrasse nela novamente. Na minha década nasceu também a Ovelha Dolly e toda a revolução científica que ela trouxe consigo. A MTV também era lançada no ar com um clipe tosco da Marina Lima. No dia do meu nascimento a manchete do Diário de Pernambuco era mais uma idiotisse que o inteligente e burro do Collor estava fazendo. Dessas notícias não me lembro de nenhuma, e até os 7 anos não me lembro de nada. A primeira lembrança que me vem à cabeça sou eu pintando as paredes do meu quarto com o lápis de cor.
Nunca fui muito explosiva, nem efusiva. Nunca tive muita vida além do meu quarto. Nunca fui de falar muito, muito menos de ter amigos que não fossem minhas bonecas. Nunca fui de brincar em grupo a não ser pelos campeonatos de bolinhas de gude que eu sempre participava na rua. Minha maior alegria foi quando meu pai comprou um videogame, o super nitendo, para o meu irmão. Intrisicamente acho que fiquei alegre por não precisar mais falar muito, afinal, jogando você fica calado. Lembro que minha mãe se preocupou comigo muitas vezes por eu brincar só, e acho até que ela pensou que eu era autista.
Sempre gostei mais dos livros, da bonecas, dos lápis de cores e dos almanaques do que das pessoas, e acho que isso perdura até hoje, diferenciando que hoje tenho que me relacionar por necessidade.
Eu era feliz, embora não fosse o conceito de felicidade que todo mundo acredita, eu era feliz.



that´s all,folks.






Don´t Go Away - Oasis

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Em todo canto, a todo momento a mesma pergunta insiste em aparecer.
Quem é você?
Para não prolongar o papo ou ter que escrever uma dissertação sobre isso [coisa que eu acho que não conseguiria] ou muito menos deixar o texto vazio, ou a conversa no silêncio, eu serei categórica de agora por diante.
Sou hipócrita, bossal e mentirosa. E você, quem é?
[Porque responder perguntas com outras perguntas é supertendência].






beijosenãomeliguem.
That´s all.









Summertime - Janis Joplin

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Eu não posso ficar muito tempo em casa.
ou melhor, eu não posso ficar muito tempo sem fazer nada.
ou melhor ainda, eu não posso passar muito tempo pensando.
Ok, eu penso sempre, toda hora, todo momento, mas são coisas cotidianas, coisas de fácil resolução, na maioria das vezes coisas que se resolvem segundos ou minutos depois. Porém, quando eu passo muito tempo comigo mesma, sem ter nada pra pensar, nada do convívio social, eu fico um tanto quanto depressiva.
Quando eu começo a me questionar sobre questões que normalmente as pessoas não questionam por ja terem criado, ou pego uma resolução fácil e tido como sua, eu fico um tanto pra baixo, é como se eu pensasse, pensasse, e não saisse do lugar, porque nada disso na verdade importa, nada disso na verdade interfere no fato de eu estar viva. Eu não sei me expressar.
Não sei. Acabei de reler o que escrevi e vi que nada faz muito sentido, mas dentro da minha cabeça as frases parecem mais conexas, só que quando eu vou falar, ou no caso, escrever, ficam completamente desconexas e misturadas e confusas e ... Ar!
Queria dar um doce pra todo mundo que eu admiro pelo perfeito discurso, pela perfeição em conseguir se expressar de forma clara e limpa. Sintam-se presenteados, sério.
E eu paro por aqui.
That´s all, Folks.









Atordoado - CPM 22

quinta-feira, 26 de agosto de 2010


É impossível reconstruir algo depois de muito tempo
por mais que você queira e por menos que façam
é impossível.
Sufocante quando tal consciência chega ao seu cérebro,
é nessa hora que você para e pensa que é tarde demais,
não sei vocês, mas estremeço ao escutar essa expressão,
"é tarde demais",
me soa tão profundamente triste, angustiante,
de uma melancolia inenarrável.
É corrosivo o efeito causado por tal expressão em mim,
logo eu, que sempre achei que com jeitinho tudo de concertava,
logo eu, que sempre acreditei que mudanças sinceras aconteciam,
me deparo com a desilusão dessa ilusão.
Com a certeza do meu fracasso, me desfaço.
Com a certeza do meu desagrado, me apago.
É tarde demais,
algumas coisas não mudam com o passar do tempo,
não tem jeito.
E o que resta?
A falsidade,
a ilusão de que estão tudo bem,
a benção,
e o beijo de boa noite.



The kill - 30 Seconds to Mars

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Escrever sobre coisas desagradáveis em plena sexta-feira 13? Típico.
Escolher exatamente esse dia para ressurgir após mais de um mês ausente? Coincidência.
Esqueço quase que a todo instante o dia de hoje, então é bem possível que ao final dessa postagem eu não deseje Feliz Fim de Sexta-feira 13 pra vocês, por isso desejo-os logo de agora.
Feliz! Feliz!

Ultimamente uma pergunta muito simples e corriqueira está me deixando com mau humor instantâneo.
Oi! Tudo bom?
Puff. Eu não estou bem ultimamente e juro que não quero que ninguém venha me perguntar: por quê? o que houve? posso ajudar? Oh, fica assim não! Tudo vai se resolver!
Para evitar tais indagações, respondo sempre com um automático: Olá. Tudo sim!
É mentira, mas evita maiores perguntas.
E eu NÃO QUERO responder porque não estou em perfeito estado emocional, nem MUITO MENOS quero injeções de auto-estima. Se alguém um dia, recentemente ou num período distante, de uma vida passada já teve alguma noção do que eu estou falando, ou sentindo, creio que não irá me achar uma grossa e arrogante e insensível e, e, e... e se você realmente achar isso mesmo depois de tudo, parabéns, você me conhece!
Nunca fui de me achar alguém tão introspectivo como muitos me julgam ser, até sempre me achei bem comunicativa, mas a falta de vontade de verbalizar qualquer pensamento não-mecânico está me fazendo ficar cada vez mais sozinha. E eu devo estar mesmo muito mal, porque eu sinceramente, não estou me importando de ficar sozinha. Estou percebendo que sou ótima companhia para mim mesma, e que consigo manter uma conversa saudável com minha mente. Não estou fazendo muita questão de gente, ou quem sabe, de determinadas gentes.
Mas por favor, que a carapaça não sirva pra ninguém porque não estou pensando em ninguém em especial.

Estou com saudades deveras do meu terceiro ano e de todo mundo que me cercou naquele tempo. Estou sim!




That´s all, folks!
Trouble - Coldplay

quinta-feira, 1 de julho de 2010

De vez em quando eu ainda me surpreendo. Incrível, não? Logo eu que achava que não me surpreendia com mais nada, me surpreendi de verdade hoje. Supreender que significa: 1.Apanhar de improviso ou em flagrante; 2. Causar surpresa, admiração ou espanto.
Acho que pro caso de hoje, espanto.
Como todo fim de semestre, existe os conselhos de ciclos. O momento onde os professores avaliam a situação de cada aluno para saber em que é preciso melhorar, no caso do conselho agora em julho, e se ele passará de ano, no caso de dezembro. Essas reuniões sempre duram manhãs inteiras, são sempre cansativas e chatíssimas. E hoje não foi diferente,nem eu esperei que fosse. Na escola onde eu faço estágio só trabalho assiduamente com no máximo 3 turmas por conta que as outras,em sua maioria, tem meninos com deficiência auditiva, por favor aos que ainda não sabem, não se chama mais surdo. E como eu não sei libras, embora tente aprender, não tem como trabalhar. Então essa reunião foi o caos completo, afinal, teria que ficar até o fim, e só opiniar sobre o comportamento e aprendizagem dos meninos de 3 turmas numa escola com 10 turmas, cada qual com 30 alunos e demorando em média 7 minutos de discussão em cada um. Sem contar a minha falta de apreço por algumas pessoas residentes naquela sala, ah, sem contar também que estava chuvendo e o clima super favorável para dormir. Mas bola no chão que o jogo é de botão, não é?!
Quando eu estava quase cortando meus pulsos e entrando no nirvana, começaram a falar de uma sala que sempre me intrigou. Não pela liderança explícita de uma certa menina sobre a sala inteira, mas a submissão dos demais ao comando dela. Voltei a terra e tentei me situar do assunto. A medida que os nomes foram botados em debate, dei minha opinião um tanto negativa sobre cada um. Quando chegou num certo casal de irmãos na sala, foi que eu fiz a seguinte pergunta aos presentes: Sou só eu que percebo ou eles são os mais bonitinhos, submissos e bem cuidados da escola? Não, não foi unânime, mas em sua maioria todos concordaram. A coordenadora do breguelé lá então falou: Eu não queria ter que dizer isso a vocês para que não houvesse diferenciação deles para com os demais, mas a situação deles é grave. Ano passado o avô matou a avó na frente deles e a mãe deles saiu ferida também. Por conta disso ou não, começo desse ano a mãe saiu de casa e eles moram só com o pai que é taxista e não pode bancar muita coisa pra eles. Ah, o menino tem diabetes também.
A sala então ficou naquela: ... cri...cri...cri...cri....
Aos meus poucos leitores, admito que me espantei. São pré-adolescentes de 12,13 anos, e já tendo passado por tudo isso. E no caso deles, pior, porque eles tinham cuidado, dinheiro, mesmo que não muito, mas viviam em melhores condições do que a maioria ali, e do nada, puff.
Sinceramente agora não sei como NÃO diferenciá-los dos outros alunos. Como NÃO deixar eles quietinhos quando eles estiverem dispersos. Nessas horas eu queria poder ajudar, mas como?Essa impotência me irrita.

Mas enfim, jogo do Brasil amanhã!
PRA FRENTE BRASIL!!!! :D







That´s all, folks!
O Atirador - Lenine

sexta-feira, 18 de junho de 2010

"Todos juntos vamos, pra frente Brasil...". Nem pergunte porque passei a tarde com essa frase na cabeça. Sim, frase, não sei como termina a cantiga, coro, refrão, música, enfim.
Tocando nesse assunto, aliás, existe algum outro assunto no Brasil sem ser copa? Deram até uma folga aos deputados. Ah, tem a chuva, mas enfim, falando da copa... eu não acredito no Hexa. Desculpem que acredita e briga por isso, eu NÃO acredito, mas não quer dizer que eu não torça para, afinal, eu sou Brasileira, não desisto nunca. Pelo time, técnica, dribles, fama [lê-se tudo isso como grau de beleza], eu sou italiana de coração, embora ela NÃO possa ganhar, afinal, será penta. Mas os jogadoreeeess... Oh Dels. Ah, rapaz, meninas, vocês viram o substituto de kaká? Pensei que nunca achariam um substituto à altura, mas, me surpreenderam, Nilmar, arrasou viu?!
[Nota-se agora porque o nome do meu blog é sessão abobrinha?Yeah, I always talk pumpkins.]
Voltando agora pro segundo assunto mais falado dos últimos tempos das última semana em Recife, Olinda e adjacências. O dilúvio. Segundo a bíblia e o wikipédia o dilúvio se deu porque Deus viu que os homens eram maus e que não melhorariam, e então decidiu provocar uma grande inundação para acabar com a vida de todo mundo, salvando apenas o bom e velho Noé, que fez a Arca e bla bla bla...[para mais esclarecimentos acesse //wikipedia.com].
Será então que enfim Deus resolveu acabar com a vida de nós meros cidaDÃOS brasileiros que lutamos para ter alguma coisa na vida, sempre dizemos que não temos NADA mas que quando a chuva acaba com nosso barraco contruído de qualquer jeito no pé de um morro dizemos que perdemos TUDO e que é culpa do prefeito, que sabe que o Recife encontra-se abaixo do nível do mar e certamente com muita chuva enche, mas não constrói, sei lá, muros ao redor de Pernambuco, ou dá dinheiro para todo mundo construir casas com pilastres altas pra água não entrar. É culpa do prefeito também tudo ficar entopido e a água não poder escoar depois que passa a chuva causando tudo quanto é tipo de mosquito, sim é culpa dele, afinal, sempre o vejo jogando sofá,colchão,televisão nos canais da vida, não?
É, Deus tá querendo pregar uma peça na gente. Ele é engraçado, não?
So funny.








Espero que pare de chover em breve, essa de viver numa ilha não é muito minha praia não.
That´s all, folks.
Better Together - Jack Johnson

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Er... Oi.
Meu nome ainda é Raissa e esse blog ainda é meu. Vai demorar pra voltar ao normal porque odeio fazer faxina e pelo que estou vendo, isso aqui vai precisar. Acho que daí do seu lado não dá pra ver, mas meu nariz e minha garganta coçam de tanta poeira e teia de aranha.
Estou sofrendo a vários meses de um mal que algumas poucas pessoas ja me disseram também sofrer. A falta de criatividade. Eu não quero fazer disso aqui meu diário, porque não acho minha vida assim tão interessante, ainda mais agora, que estou de férias e está chuvendo. Não que eu não goste da chuva, tempo frio e tal. Eu adoro, simplesmente acho magnífico passar dias sem suar. Mas não acho nada interessante as poças de lama que ficam pelo meu caminho,nossos caminhos. Com prós e contras se constituíram também esses meus meses ausentes. Tudo muda não é mesmo? Então eu também mudei, ou melhor, minha vida mudou, mesmo que pouco, mudou. Mudanças acadêmicas, físicas, psicológicas e até jurídicas. Mas nada muito "oooh, poxa, olha só pra ela, tão forte e decidida".
Espero voltar aqui em pouco tempo com um pouco mais de criatividade.






That´s all, folks.

Magra - Lenine